sábado, 21 de janeiro de 2017



Em um primeiro contato com os conceitos espiritualistas e esotéricos, um dos assuntos que mais atraem o interesse dos iniciantes é a projeção astral. Com um escopo considerável de denominações que variam sempre de acordo com a natureza da linha de pensamento que lhe atribui características, suas descrições oscilam desde similaridades facilmente assimiláveis e cognoscíveis, até o nível de nomenclaturas e neologismos tão específicos e intrincados, que parecem, por vezes, ter o objetivo de não apenas patentear aquela descrição, como também de confundir os menos entendidos sobre o tema.


Viagem astral, projeção astral, desdobramento astral, duplo astral, corpo de luz, corpo de desejos...são apenas alguns exemplos de uma ação que é indiscutivelmente a mesma para todos: a capacidade de viajar com sua consciência para outras realidades, inseridas num plano onde nada é exatamente como é, mas quase sempre, como se pensa.

A ideia de visitar o espaço 'entre mundos', onde não se encontram as amarras ou limitações características do plano material, sejam elas de natureza mórfica ou física, surge como um convite à liberdade e um alívio para nossas fatigantes rotinas diárias, que em sendo leves ou pesadas, nos cansam e por vezes nos fazem questionar qual há de ser, afinal de contas, o sentido da vida.

O corpo físico não nos dá trégua: se usado em excesso, quebra, se não for exercitado, atrofia. E é no momento do descanso, no sono, que de uma maneira geral nos desprendemos das regras e exigências de todo este materialismo, para adentrar naquele plano onde nem matéria nem realidade pesam, e é por isso que quase sempre lá, optamos por voar.

Neste local, que talvez devêssemos chamar de 'Universo Astral', dada a sua vastidão de possibilidades, nos encontramos com tudo aquilo que compõe nossa realidade e a realidade de todos aqueles conhecidos e desconhecidos seres, aos quais compartilhamos a existência. De uma natureza anárquica, a única regra para o Astral parece ser a sua (in)consciência: seus medos e anseios, desejos e ambições, experiências e traumas, estão todos lá, acessíveis, criáveis e recriáveis com a força de um milésimo de pensamento.

Poucos se arriscam em tentar explicar a composição deste local, e enfatizamos o quanto consideramos de fato um risco a criação de qualquer conceito que tente engessar toda a volatilidade e inconstância deste lugar, que não se permite outro comportamento que não o fluídico. Mas independentemente do quão selvagem possa ser um território, ou do quão escasso sejam os mapas e descrições sobre os mesmos, sempre existirão aqueles dispostos a desbravar os campos imaculados do físico, do mental e do espiritual...

O PLANO ASTRAL é um livro escrito por Charles Webster Leadbeater, com 126 páginas, 5 capítulos, publicado no Brasil no ano de 1998, pela editora Pensamento.

O livro é prefaciado por Annie Besant, uma das mais destacadas teosofistas de seu tempo, que ressalta a importância deste título, que surge como um introito ao tema, para aqueles iniciantes queixosos sobre a linguagem pouco introdutória comum aos textos da doutrina iniciada por Madame Blavatsky. Sob esta perspectiva, faz votos de que este escrito possa ser proveitoso para todos, independentemente de seu nível de instrução neste campo.

Em seguida, C. Jiranadasa nos fala sobre o surgimento da obra e como Leadbeater adquiriu seus poderes como clarividente, dando-lhe assim a possibilidade para esmiuçar e  relatar os detalhes destes Planos.

O Plano Astral é fruto de uma conferência dada pelo escritor, em 21 de novembro de 1894, na casa de Alfred Percy Sinnet, então presidente da Loja de Londres da Sociedade Teosófica. Referido por Jiranadasa como Bispo Leadbeater, uma vez que tenha se sagrado a tal título pela Igreja Católica Liberal no ano de 1916, foi sua a incumbência de reunir os diversos escritos do autor que, ao serem compilados, dariam origem então a obra que se apresenta.

Em seu primeiro capítulo, chamado de Apreciação Geral, Leadbeater nos leva a um vislumbre inicial sobre o posicionamento e função do Astral. Indicando que este plano está "abaixo" do plano espiritual, o que por princípio já nos dá uma indicação de divisão trina para os planos existenciais, se observados como; material, astral e espiritual. Faz comparativos com as descrições deste local intermediário, visitado por encarnados e habitado também por desencarnados, descrito por diversos nomes em diferentes filosofias e religiões:

Quando, por ocasião dessa transição a que vulgarmente chamamos morte, o homem se despoja totalmente do corpo físico, é nesse mundo invisível que ele ingressa e lá fica vivendo durante longos séculos que medeiam entre as suas encarnações nesta existência terrestre. A maior parte destes longos períodos, a sua quase totalidade mesmo, é passada no mundo-céu, ou Devachan. O presente trabalho é dedicado à parte inferior desse mundo invisível, ao estado em que o homem ingressa imediatamente após a morte - o Hades ou mundo inferior dos gregos, o purgatório ou etapa intermediária dos cristãos, e que os alquimistas da Idade Média chamavam ' Plano Astral '. pg 21

Toda esta multiplicidade descritiva é sempre encontrada em filosofias espiritualistas, que se propõem a explicar os planos não materiais de existência, em menor ou maior intensidade e minúcia. O desafio neste contexto está em compreender que apesar das nuances de diferença que podem caracterizar uma em detrimento de outras, a convicção é sempre a mesma: o plano astral é uma realidade!


Nestas condições, é de se esperar que a presente descrição do plano astral, embora necessariamente incompleta, possa, dentro dos limites que lhe impusemos, inspirar absoluta confiança aos nossos leitores. A primeira ideia a fixar nessa descrição é a absoluta realidade do plano astral. O plano 
astral existe. pg.22

Em O Cenário, seu segundo capítulo, o autor se dedica a detalhar o processo de formação.

Embora, por causa da pobreza da nossa linguagem, sejamos forçados a chamar esses planos 'superiores e inferiores', não se julgue que esses subplanos (ou antes os planos maiores de que estes, são apenas subdivisões) são localidades separadas no espaço, uns por cima dos outros como as prateleiras de uma estante, ou uns exteriormente aos outros como as camadas de uma cebola. Não: A matéria de cada um deles interpenetra a matéria do imediatamente superior, de modo que aqui à superfície da terra existem todos no mesmo espaço, embora as variedades superiores de matéria se estendam para mais além da terra física do que as inferiores. pg. 29

Num total de sete níveis, divididos em três partes, as camadas 1,2 e 3 compõem os estados menos densos, estando mais próximos de seres mais elevados, e mais distantes dos níveis 4,5 e 6, componentes mais próximos da materialidade terrestre, e 7, o mais profundo de todos, onde está localizada - segundo o autor - a condição mais desgraçada para qualquer ser humano.

Na terceira parte, fala sobre Os Habitantes destes locais, divididos entre seres humanos, não humanos e artificiais. Destaque para o processo de morte sofrido por todos nós no plano material, e porque certas pessoas ligadas por seus hábitos, tem dificuldades em sutilizar suas consciências para o desprendimento contínuo dos planos outros, e a evolução continuada. Ainda neste sentido, destaca a importância do estudo de religiões comparadas como elemento libertador das religiões escravagistas, que infelizmente, consideramos nós, ainda são vigentes e dominantes no mundo:

Também a horrível doutrina da punição eterna é a culpada de grande dose do terror, grandemente lamentável e profundamente injustificado, com que os mortos ingressam na vida superior. Em muitos casos passam longos períodos de um sofrimento mental de intensa agudeza enquanto não conseguem libertar-se desta monstruosa blasfêmia, e convencer-se de que o mundo é governado, não segundo o capricho de qualquer demônio, ávido de angústias humanas, mas segundo a grande lei da evolução, profundamente benévola e maravilhosamente paciente. pg.56/57


Fala ainda sobre os Fenômenos, oriundos das interseções entre os planos, e conclui sua obra fazendo alusões ao Yoga e das vantagens e desvantagens de ter acesso as estes locais e suas visões.

Se na primeira obra de Leadbeater apresentada aqui, de nome Os Espíritos da Natureza, ressaltávamos a falta de elementos palpáveis e didáticos para um melhor entendimento do conteúdo apresentado, é em O Plano Astral que estes problemas são solucionados. A obra é de fácil leitura; por não ser tão extensa e possuir pouca quantidade de páginas, além de ser de fácil compreensão; pois não usa nenhuma linguagem rebuscada e nem mesmo deixa pontos em aberto: todo conhecimento que se acrescentar ao exposto por Charles neste livro será um bônus.

Se você já sonhou um dia, você não apenas tem a certeza que o Plano Astral existe, como certamente já esteve lá!

por Allan Trindade


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