"Vervm sine mendacio, certvm et verissimvm:
Qvod est inferivs est sicvt qvod est svperivs, et qvod est svperivs est
sicvt qvod est inferivs, ad perpetranda miracvla rei vnivs."
Se a Astrologia está para os céus, é a Geomancia, arte de adivinhação através de símbolos pré-estabelecidos, que está para a Terra. Sua origem se perde nos anais da história, e segundo a afirmação de alguns autores, a Geomancia foi largamente utilizada por diferentes povos ao redor do mundo, sob diferentes formas; desenhos intuitivos, sementes lançadas a esmo, ossos e, nos tempos modernos, cartas, compõem o aparato de possibilidades de uso que este tipo de arte nos oferece. No ocidente, parece ter alcançado seu ápice e desenvolvimento por volta do século XVI, entretanto, caiu em desuso quase absoluto pelos ocultistas modernos, e parco, ou nulo, é seu ensino e uso por magistas e Sociedades Secretas dos dias de hoje. Entretanto, uma autora francesa foge a regra, e nos fornece um livro que nos faz um convite para deixar de olhar tanto para o céu, e buscar um pouco mais de conhecimento sobre o solo que pisamos.
Se a Astrologia está para os céus, é a Geomancia, arte de adivinhação através de símbolos pré-estabelecidos, que está para a Terra. Sua origem se perde nos anais da história, e segundo a afirmação de alguns autores, a Geomancia foi largamente utilizada por diferentes povos ao redor do mundo, sob diferentes formas; desenhos intuitivos, sementes lançadas a esmo, ossos e, nos tempos modernos, cartas, compõem o aparato de possibilidades de uso que este tipo de arte nos oferece. No ocidente, parece ter alcançado seu ápice e desenvolvimento por volta do século XVI, entretanto, caiu em desuso quase absoluto pelos ocultistas modernos, e parco, ou nulo, é seu ensino e uso por magistas e Sociedades Secretas dos dias de hoje. Entretanto, uma autora francesa foge a regra, e nos fornece um livro que nos faz um convite para deixar de olhar tanto para o céu, e buscar um pouco mais de conhecimento sobre o solo que pisamos.
Geomancia - o Tarô da Terra é um livro escrito por Chantal Mehiel, com
212 páginas, publicado pela editora Pensamento. O livro traduzido para o
português perde o efeito de seu título homônimo original em francês. Geomancia
em francês é géomancie, e esta é a
razão da autora para usar o título Geomancia para designar seu método, que
causa um efeito para os falantes de língua francesa que é totalmente nulo para
nós, lusófonos, uma vez que Geomancia para nós seja exatamente geomancia.
O livro vem em formato de kit, acompanhado de um livreto adicional - como daqueles que acompanham caixas de tarô - e 64 cartas.
O livro vem em formato de kit, acompanhado de um livreto adicional - como daqueles que acompanham caixas de tarô - e 64 cartas.
A autora inicia seu título dando uma introdução aos leitores sobre sua
experiência mística, onde fora salva, segundo ela, graças a uma intervenção
divina de uma santa a qual sua mãe era devota. Tanto quanto a inutilidade deste
meu comentário nos parece essa introdução, que, ao menos segundo o teor da
descrição, não tem a menor relação com o tema do livro.
Segue então introduzindo o leitor aos tipos de leitura indicadas e os
métodos de tiragem das cartas. No campo intuitivo, assim como em qualquer outro
oráculo, será preciso que você conheça cada um dos 16 símbolos oferecidos pela
geomancia, seus nomes e significados. Ter uma noção básica de latim pode
ajudá-lo, uma vez que todas suas figuras sejam tratadas por esta língua, e
saber sua tradução há de auxiliar no processo da associação e significado do
símbolo. Outra dica é manter em mente que eles são sempre opostos uns aos
outros, portanto oito pares, que se complementam em um sentido positivo e
negativo. Por exemplo:
Puella e Puer
Puella em latim é menina e Puer, menino. Conhecer os aspectos comuns associados à feminilidade
e a masculinidade automaticamente te levarão a sugerir o significado de cada um
destes símbolos. O resultado é mais simples do que possa parecer, mas não se
preocupe, você encontrará tudo isso dentro do conteúdo do livro.
Seu método é um ótimo facilitador para iniciantes que estão
acostumados ao uso de cartas como sistema divinatório. 64 são as que acompanham
o livro e são compostas, metade por um ponto, metade por dois pontos. Ao embaralhá-las,
seu único trabalho será de retirar quatro delas do monte, em posição
horizontal e dispô-las na vertical, formando assim uma figura geomântica.
O pequeno livreto que fecha este conjunto é mais uma repetição do mesmo
conteúdo do livro principal, em formato menor e reduzido, e funciona apenas
como um guia rápido, talvez para uso em consultas pessoais nas quais você leve
as cartas dentro de uma caixa ou algo do tipo...essa nos parece ser a única
explicação plausível para a existência dele.
A autora nos oferece uma obra introdutória, simples no conteúdo, mas
bastante útil e eficiente para aquilo que se propõe. Seu método é prático e
limpo, objetivo e bastante direto. Nele você encontrará informações sobre como
jogar e respostas pré-prontas para perguntas de diferentes aspectos da vida
pessoal e social. Divididas sob os temas: consultas do cotidiano, consultas
mensais, consultas de aniversário, dentre outras, cada grupo deste é
subdividido em diferentes aspectos que vão lhe dar as respostas para questões
que mais lhe aprouver.
O resultado é esse: um conjunto de cartas que compõem figuras
geomânticas acompanhadas de um livro para consultar as respostas.
Não espere por grandes explanações esotéricas, ou históricas sobre a
geomancia. Este título é essencialmente prático e consultivo...uma ótima sugestão
para todos aqueles que nunca tiveram contato com o tema.
por Allan Trindade