terça-feira, 22 de dezembro de 2020


Na disputa eleitoral pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro no ano de 2020, o então prefeito da cidade, ao citar seu concorrente, ironizou e menosprezou o fato do mesmo usar, durante as festividades de carnaval, um chapéu atribuído a uma entidade das religiões de macumbas brasileiras. Sendo este mesmo prefeito um cristão declarado, e bispo de uma igreja protestante criada por seu tio, tal episódio discriminatório tampouco apresenta-se como uma exceção quando advindo de pessoas deste segmento religioso. 

Curioso é saber que apesar das acusações contra Zé Pelintra, os zé Pilantras de verdade costumam ser justamente aqueles que lhe apontam o dedo...e aquele que disse que exu tá amarrado, na data de hoje foi encarcerado! 

ZÉ PELINTRA é um livro psicografado por Mizael Vaz, ditado pelo espírito de José Porfírio Santiago, contém 144 páginas divididas em 3 partes e foi publicado no ano de 2016 pela Madras editora.

Este é um livro biográfico que, segundo o autor e médium, fora criado a partir de uma série de relatos reunidos nas várias sessões de incorporações e contato com o espírito citado. José Porfírio Santiago é seu nome. Nascido no século XIX no nordeste brasileiro, preto, filho de escravos alforriados, teve a sorte de ser fruto do amor verdadeiro de seus pais e afilhado de um abolicionista que sempre dera-lhe condições para trabalhar e estudar conforme a liberdade da época permitisse. Mas a bem da verdade, José Santiago, doravante Zé, não era muito dado a certas vantagens que a vida lhe proporcionara. 

Todos viviam bem até que mancomunado com sua irmã mais velha, ainda na adolescência, e contra a vontade de seu pai, passou a facilitar os encontros da jovem com um marginal das redondezas em troca de alguns doces. Tudo passou-se bem até o dia em que Maria engravidou. Seu pai jamais a perdoou pelo deslize. Foi abandonada pelo mal falado meliante e seu pai queria mesmo era expulsá-la de casa, mas graças aos pedidos da esposa, permitiu que a garota permanecesse, tratando-a com eterna indiferença a partir daquele momento. O desgosto, porém, mostrou-se um fardo pesado demais para que seu pai carregasse, e para amenizar sua dor, afundou-se no álcool. A vida de todos mudaria absolutamente a partir daquele ponto, e a família que um dia fora exemplo de amor e harmonia, transformara-se em sinônimo de raiva e desunião.

 O casal, pai e mãe de Maria e Zé, passaram a brigar diariamente. Zé sentindo-se culpado por toda aquela situação, viu-se na obrigação de defender sua mãe contra as investidas de violência de seu pai, e foi num desses episódios, depois de vê-la apanhar, que revidou atacando aquele bêbado que tinha a obrigação de chamar de respeitar. Seu genitor considerava inadmissível que um filho agisse daquela forma contra ele e jurou-o de morte. Irredutível na decisão de que o mataria, Zé fugiu para salvar sua vida. Ajudado por seu padrinho, Coronel Silva, dono da fazenda, caiu na estrada em busca de um novo lugar para viver. Zé procurava um lar porque não sabia que seu lar era o mundo!

É desta forma que começa a história deste espírito que receberia a alcunha de Zé Pelintra. O destino ainda lhe reservava uma série de eventos que o conduziriam a uma vida de jogatinas, prostituição, malandragem, roubos e assassinatos, equilibrados pela força elevada do Catimbó e sua sabedoria ancestral advinda dos espíritos e das ervas.

Se na primeira parte do livro o autor nos apresenta os elementos materiais de sua história, na segunda encontramos sua vivência nos planos espirituais após sua morte, e por fim, uma seleção de pontos cantados para Zé Pelintra, pontos riscados, receitas de beberagens, simpatias, magias e feitiços para os mais diversos fins.

"Eu sou preto, sou preto todo dia. O meu nome é Zé Pelintra, Zé dos Anjos é na Bahia. Minha mãe sempre dizia que o sol é um farol, me ensinou a fazer macumba e desmanchar no meu paiol. A bananeira que eu plantei a meia noite já deu cacho. Aqui neste terreiro eu quero ver estes cabras teimosos, que riscam ponto, achando que é macumbeiro, bater de frente com despacho."

por
Allan Trindade

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