sábado, 22 de maio de 2021

Você sabe o que é Astrologia? É com esta pergunta que Anne inicia seu livro, questionando até que ponto os detratores deste conhecimento antigo de fato dominam suas especificidades para tecerem críticas minimante aceitáveis sobre esta ciência. É fato, nenhuma forma de conhecimento está isenta de críticas ou mesmo erros, e com a Astrologia não haveria de ser diferente, porém, devemos levar em consideração um ponto importante destacado pela autora: a Astrologia faz parte do contexto da humanidade há no mínimo 4.000 anos. Ora, será mesmo que um conhecimento tão antigo, praticado até os dias de hoje, poderia ser mesmo tão inútil, ou reduzido a um simples texto exposto em um jornal qualquer com meia dúzia de sugestões sobre seu signo ?

INTRODUÇÃO À ASTROLOGIA é um livro escrito por Anne Barbault, contém 297 páginas divididas em 13 capítulos e foi publicado no ano de 1987 pela editora Nova Fronteira.


Barbault não foge a luta e após introduzir a obra com uma série explicações sobre signos, planetas e seus significados, as doutrinas astrológicas, divididas aqui em duas basicamente: aquela que considera a influência dos astros sobre os seres, e aquela que apenas marca a sincronicidade de eventos, além de uma rápida - e nem tão entendível assim para leigos -explanação  sobre mapas astrais, destina sua obra a explicar para os críticos no que erram em seus argumentos ao acusarem a Astrologia de ser um mero corpo de conhecimentos supersticiosos e ilógicos.

Ela assim esclarece: a Astrologia não fora praticada apenas por indivíduos considerados ignorantes, que outrora acreditaram na existência de deuses e influências planetárias. Da Babilônia ao Egito, da China a Europa, da Índia até a América, por todos os continentes tal conhecimento fora praticado e estudado, de Tertuliano a Agostinho, Tomás de Aquino a Nostradamus, Dante a Shakespeare, Fernando Pessoa, Copérnico, Kepler, Plotino, Paracelso, Galileu, Newton e Giordano Bruno, nomes célebres, de grande importância e influencia para os diversos campos do conhecimento e da ciência humana, que de uma forma ou de outra estiveram envolvidos com esta forma do saber. Seriam estes homens tão sábios para desvendar os grandes mistérios da vida e do universo, e ao mesmo tempo tão toscos a ponto de não perceberem a ineficácia da Astrologia? Absurdo nos parece aqueles que creem nisso.

Longe de nós parecer com isto estarmos nos utilizando de qualquer tipo de falácia de apelo a autoridade, porém faz-se necessário expor aqui o conceito, embora os objetivos e forma desta resenha nos impeçam de aprofundar os detalhes apresentados pela autora ao citar tais indivíduos.

São vários os mapas comparativos de personalidades e eventos, de casos específicos de gêmeos que apresentam comportamentos e escolhas iguais mesmo quando separados na infância, de pessoas que tendo nascido com uma conjuntura astral específica tiveram destinos muito semelhantes, e uma série de outros exemplos que de fato nos fazem pensar sobre a real validade da Astrologia.

Você pode pensar que por mais que a autora apresente uma série de exemplos em forma de mapas, este quantitativo jamais abarcará um número realmente grande de análises comparativas para que se classifique a Astrologia como ciência. Caso pense assim, você está certo. Porém, segundo Anne, a Astrologia não pleiteia para si o posto de ciência conforme os 'métodos cartesianos' empregados pelas outras formas de conhecimento humano. Para a autora, tal como a Psicologia, que é aceita como ciência por grande parte daqueles que dela fazem uso, a Astrologia também assim deveria ser vista, pois tal como a Psicologia, também se utiliza de símbolos e métodos comparativos para indicar tendências futuras e comportamentos passados, cada qual, obviamente, a sua maneira.

Sendo, portanto, a Astrologia uma forma de conhecimento simbólico, de caráter associativo e psicológico, que não apregoa necessariamente que Planetas ou Signos influenciem o comportamento de pessoas de um jeito físico, metafísico ou espiritual, mas que pelo contrário, marca tendências que foram comparativamente registradas durante todos estes milhares de anos de existência, não fazendo sentido desta forma acusá-la de algo que esta forma de conhecimento não promete.

Entretanto, Barbault deixa claro que sim, existem astrólogos que creem em fatalismos, em influências planetárias, confecções de talismãs, poder de pedras e plantas, e coisas do tipo, mas segundo sua perspectiva, estes representam um tipo específico de astrólogos, e não podem ser usados como referência para definir o que seja a Astrologia como um todo, que poderia ser vista como uma forma de "psicologia dos astros", por assim dizer.

Diferentemente da maioria dos livros introdutórios sobre o tema, que mais se ocupam em dar explicações sobre signos, planetas e mapas, em Introdução à Astrologia você conhecerá igualmente a opinião de críticos das mais diversas áreas em contrapartida as opiniões de uma astróloga vivida e experiente com esta forma do saber humano. Bastante interessante.


por Allan Trindade

 



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